Neste artigo expomos as nossas ideias relativamente áquela que consideramos ser a evolução da indústria de gestão de activos em Portugal. Iremos abordar este tema em duas vertentes: os interesses dos clientes e a postura da banca.
No que diz respeito aos particulares, com algum agrado notamos o aumento dos conhecimentos e sofisticação, no que diz respeito aos seus investimentos. Naturalmente que nem toda esta sofisticação é bem orientada ou se quer adequada ao perfil do investidor, embora seja salutar que o primeiro passo já tenha sido dado. Acreditamos que os investidores estão actualmente mais interessados em ganhar o controlo sobre as suas finanças e sobre o rumo a dar ao seu dinheiro, interesse que resulta numa maior exigência em termos de informação e retorno dos seus investimentos. Assim, procuram novos produtos, melhores gestores, menor comissionamento e maio flexibilidade.
Por parte da indústria de gestão de activos, consideramos que a sua postura tem sido muito autista, com pouca inovaçãoe com reduzido (ou mesmo negativo) valor acrescentado para o cliente. Claro que existem algumas excepções, como o caso dos "supermercados de fundos" e algumas pequenas gestoras que apostam em produtos de nicho (como o caso do Banif, com os seus fundos de arte ou de emissões de carbono).
As principais caracteristicas desta postura consistem em fracos retornos, elevado comissionamento e dificuldade em colocar os interesses dos clientes em primeiro lugar. Procura adaptar as necessidades dos clientes aos produtos que dispõe, e não o contrário. Adicionalmente, a fraca formação (tanto académica como técnico-profissional) dos técnicos bancários agrava este problema.
Finalizando, os dois factos supra citados bem como a existência de produtos com grande valor acrescentado ainda desconhecidos, bem como a existência de bancos com uma postura comercial muito agressiva, assente em estruturas de custos muito reduzidas, terá de induzir uma transformação nesta indústria. Os clientes irão ganhar mais poder, alguns bancos irão ter de reduzir as suas equipas de gestão e focar-se mais em funções de consultoria financeira. Ganhamos todos, menos os bancos já implementados e menos flexíveis. Contudo, é certo que os clientes irão adaptar-se e crescer, de forma mais ou menos voluntária. Aliás, a necessidade de assegurar as suas reformar dará o mote a este movimento transformador.
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