segunda-feira, 30 de agosto de 2010

DEPÓSITO A PRAZO 4% - INVESTIMENTO "ISENTO" DE RISCO

Neste artigo iremos referir uma grande oportunidades de investimento/poupança para os dias de hoje, com um nível de risco muito reduzido: Os Depósitos a Prazo do ActivoBank.

Somos adeptos de bons investimentos, tanto em termos de risco como de retorno. Como sabemos, o risco dos depósitos a prazo, até 100.000€ é bastante diminuto, dado existir um mecanismo de garantia de empréstimos dada pelo Banco de Portugal. Assim, alguns depósitos são bons investimentos, embora nem todos.

O ActivoBank é um banco com vários anos de existência, embora apenas actualmente tenha ganho um novo ímpeto, dado o desejo de relançar a marca em força. É um banco detido pelo MillenniumBCP e tem actualmente duas áreas de actividade, complementares e disponíveis numa mesma conta: por um lado, fornece todos os serviços de um banco normal, de retalho (levantamentos, depósitos, transferências, consultas...) como também serviços de investimento, na óptica dos chamados "supermercados de fundos" (os outros dois são o Banco Big e o Banco Best).

O depósito em destaque é um depósito promocional, na óptica deste relançamento da marca e na tentativa de captar novos clientes e recursos, lançou um depósito a prazo a um ano com taxas bruta de 4%, valor muito competitivo, quando consideramos que a concorrência não dá mais de 2%. Costumamos alertar para que estas diferenças de retorno podem representar fraudes. Contudo, sabemos que esta taxa tem uma razão de ser (atrair novos clientes e lançar a marca), pelo que não precisa de se preocupar.

A melhor notícia, neste contexto, prende-se com a inexistência de critérios para a subscrição destes depósitos, para montantes entre 3.000€ e 60.000€.

Nesta altura do ciclo económico e dados os desafios económicos actuais, acreditamos que este investimento é uma alternativa de investimento muito atractiva, para quem procura estabilidade e previsibilidade de rendimentos, fugindo de fundos com risco, comissionamento excessivo e taxas de retorno ridículas. Adicionalmente, procure fugir aos fundos de tesouraria, cujos retornos estão "condenados" a ser muito pouco atractivos, pelo que a sua comercialização deverá ser descontinuada em breve.

Finalmente, caso deseje informações adicionais, recomendamos a consulta do site do ActivoBank. Caso necessite de aconselhamento personalizado ou na eventualidade de ter algumas dúvidas, sugerimos que nos mande um mail ou que nos contacte para o número 939 589 287

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Evolução da Indústria de Gestão de Activos em Portugal

Neste artigo expomos as nossas ideias relativamente áquela que consideramos ser a evolução da indústria de gestão de activos em Portugal. Iremos abordar este tema em duas vertentes: os interesses dos clientes e a postura da banca.

No que diz respeito aos particulares, com algum agrado notamos o aumento dos conhecimentos e sofisticação, no que diz respeito aos seus investimentos. Naturalmente que nem toda esta sofisticação é bem orientada ou se quer adequada ao perfil do investidor, embora seja salutar que o primeiro passo já tenha sido dado. Acreditamos que os investidores estão actualmente mais interessados em ganhar o controlo sobre as suas finanças e sobre o rumo a dar ao seu dinheiro, interesse que resulta numa maior exigência em termos de informação e retorno dos seus investimentos. Assim, procuram novos produtos, melhores gestores, menor comissionamento e maio flexibilidade.

Por parte da indústria de gestão de activos, consideramos que a sua postura tem sido muito autista, com pouca inovaçãoe com reduzido (ou mesmo negativo) valor acrescentado para o cliente. Claro que existem algumas excepções, como o caso dos "supermercados de fundos" e algumas pequenas gestoras que apostam em produtos de nicho (como o caso do Banif, com os seus fundos de arte ou de emissões de carbono).

As principais caracteristicas desta postura consistem em fracos retornos, elevado comissionamento e dificuldade em colocar os interesses dos clientes em primeiro lugar. Procura adaptar as necessidades dos clientes aos produtos que dispõe, e não o contrário. Adicionalmente, a fraca formação (tanto académica como técnico-profissional) dos técnicos bancários agrava este problema.

Finalizando, os dois factos supra citados bem como a existência de produtos com grande valor acrescentado ainda desconhecidos, bem como a existência de bancos com uma postura comercial muito agressiva, assente em estruturas de custos muito reduzidas, terá de induzir uma transformação nesta indústria. Os clientes irão ganhar mais poder, alguns bancos irão ter de reduzir as suas equipas de gestão e focar-se mais em funções de consultoria financeira. Ganhamos todos, menos os bancos já implementados e menos flexíveis. Contudo, é certo que os clientes irão adaptar-se e crescer, de forma mais ou menos voluntária. Aliás, a necessidade de assegurar as suas reformar dará o mote a este movimento transformador.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Comprar ou Arrendar casa?

Existe uma questão com a qual a grande maioria das pessoas, em algum momento da sua vida, se interroga: comprar ou arrendar uma casa?
A recente crise financeira foi determinante no despertar das consciências para uma maior ponderação no momento de tomar esta decisão. No entanto, mesmo antes deste tumulto financeiro, o cuidado da análise já era importante, por se tratar de uma decisão que envolve não só uma quantia avultada, mas também muitas obrigações, por um largo período de tempo (prestações, seguros, produtos de cross selling...).

Antes da referida crise, regularmente, quem optava pelo arrendamento era desincentivado (pelos amigos ou familiares, com um parco conhecimento financeiro) pelo simples facto de se considerar um desperdício pagar-se por algo que nunca seria nosso. Não defendemos que tal não é verdadeiro, embora aconselhemos muita ponderação e alguns cálculos.

Analisemos então esta questão:

Aquisição:

Preço de aquisição: Não devemos apenas considerar o preço do imóvel, mas também as despesas acessórias, nomeadamente impostos e taxas associadas com a escritura. Geralmente, estes extras, aumentam o preço da casa em 5-10%;

O usufruto da casa envolve decorar a casa, comprar electrodomésticos, entre outros. É mais uma parcela a acrescentar ao valor base, algo que, muitas vezes, já está incluído num arrendamento;

Os custos de manutenção da casa, bem como os impostos municipais, esgotos e afins, são suportados pelos proprietários;

Na aquisição, existem inevitáveis encargos com seguros, como sendo seguro de vida, seguro de recheio, seguro de paredes;

A aquisição com recurso a financiamento implica um custo financeiro, tanto maior quanto maior o número de anos do empréstimo. Não esquecer que, quem adquire uma casa com recurso a empréstimo, não pode ignorar os efeitos de variações das taxas de juro, quer positivas quer negativas;

A compra de um imóvel implica a compra de um activo (alguns teóricos consideram-no um passivo) com baixo nível de liquidez (a possibilidade de transformar esse activo em dinheiro). Assim, em momentos de crise financeira e consequente baixa do mercado (com queda do preço das casas e das taxas de juro), a baixa liquidez destes activos pode implicar na realização de uma menos vaia, em caso de venda;

Arrendamento:

No caso do arrendamento, tem de considerar a necessidade de ter um fiador ou, caso contrário, um seguro, que poderá representar um custo adicional, muitas vezes com valor entre 6-10% do valor total do arrendamento;
Maior independência financeira face aos bancos;
Maior independência em termos de emprego, possibilitando mudar de local de trabalho em termos geográficos. Recordemos, neste aspecto, o elevado número de portugueses que opta por ir para o estrangeiro;
Apesar de não pagar prestação ao banco, irá pagar uma prestação/renda a um investidor, que irá requerer um retorno adequado para o risco que está a incorrer. Embora o inquilino consiga reduzir o risco para o investidor (através de seguro ou fiador), sabemos que o nosso mercado de arrendamento é muito ineficiente e que os proprietários requerem rendas desproporcionais. Alguma negociação é necessária.
A
Conclusões e recomendações:
A
Em primeiro lugar, defendemos um planeamento a longo prazo, tanto da vida como da família. Dependendo dos seus objectivos em termos de número de membros do agregado familiar e em termos de carreira (nacional/internacional). Se desejar ter uma família numerosa, sugerimos que equacione o arrendamento no início, passando depois para uma casa maior, quando o seu nível de rendimento o permita.
A
Em segundo lugar, faça algumas contas. O fundamental é saber o custo total da posse de um activo (renda, manutenção, impostos, taxas e outros custos associados) e comparar com a renda proposta pelo proprietário. Não se esqueça que a flexibilidade e o menor risco do arrendamento, têm um preço, que deverá ser reflectido no diferencial da renda mensal.
A
Um terceiro ponto que importa reter. O caso prático da compra de imóveis envolve algo bastante relevante: o preço do activo está intimamente ligado à disponibilidade de financiamento por parte dos bancos. Ou seja, é dos bens cujo valor não depende apenas da sua qualidade mas também da abertura do bancos para emprestar. Deste modo, crises financeiras tendem a aumentar o impacto negativo da economia nos preços.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

The Little Book Of Behavioral Investing

O livro que hoje recomendamos é um extraordinário compêndio sobre Finanças Comportamentais, cujo objectivo explicito é contribuir para que o leitor obtenha ferramentas para não se tornar o seu pior inimigo.

Escrito por James Montier, um dos grandes estratégias dos mercados financeiros contemporâneos, professor universitário em algumas das mais reputadas universidades do mundo e autor consagrado no campo das Finanças Comportamentais.

No decurso do seu livro, refere vários erros comuns, cometidos pelos investidores, provocados por uma má gestão da sua emoção/comportamento. No entanto, não procura apenas ser um instrumento de diagnóstico, mas também apresentar estratégias para desenhar o seu processo de decisão de investimento. Aliás, é da opinião que o processo é muito mais importante que o resultado, pois um processo sólido e coerente, adequado com o seu perfil de risco, aumentará em muito a probabilidade de sucesso consistente ao longo dos anos. Contrariamente, um foco exclusivo no resultado poderá originar más experiências, pois deixa o investidor muito dependente da sorte e de acontecimentos fortuitos.

O grande valor acrescentado das estratégias propostas consiste do facto de serem resultado de evidência empírica, análise de comportamento dos mais conceituados investidores (que o autor conhece pessoalmente) e de inúmeros estudos académicos interessantíssimos (aliás, refere-os todos, pelo que o livro se transforma numa óptima base de dados de estudos, para quem deseje aprofundar esta temática).

A importância da preparação, planeamento e construção de uma estratégia é profundamente analisada. Critica o papel das previsões e trabalho de analistas de mercado, procurando defender que devemos investir sem ter a pretensão de adivinhar a evolução dos mercados e da economia.

Finalmente, podemos concluir que a principal preocupação deste livro é libertar o investidor, possibilitando que se foque na análise independente e racional, o que resultará na procura pelo real valor dos activos, algo mais fácil (mas também muito subjectivo) do que determinar retornos, dado serem dependentes das dinâmicas e emoção do mercado.

Como terá reparado, temos escrito alguns artigos (e iremos continuar a fazê-lo) sobre Finanças Comportamentais com o apoio deste livro, que conhecemos há relativamente pouco tempo e cuja leitura recomendamos vivamente.

Leia também:


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Técnicas para Racionalizar as suas Decisões

Cientes dos impactos da emoção em qualquer tomada de decisão, o que podemos fazer de modo a mitigá-los?

Os autores de Finanças Comportamentais apresentam várias estratégias possíveis, sendo nossa função referi-las, tarefa que desenvolveremos com o tempo. Por ora, salientaremos dois comportamentos fundamentais:

   1.   Imposição de limites e prazos:

Como é sabido, o ser humano tem a tendência para se achar auto-suficiente e opta, variadas vezes, por contar apenas com boas intenções e com a força de vontade. Contudo, como calculamos, tais intenções não passam apenas disso, facto que acaba por dar mau resultado. Assim, o que é sugerido é a imposição de limites de actuação e prazos, de modo a evitar que adiemos análises e estudos, evitar que os processos de arrastem e acabem por "morrer na praia".

   2.   Preparação e estudo de cenários e formas de actuação:

Facilmente percebemos esta estratégia. Na realidade, os portugueses são conhecidos pela sua tendência para o improviso, algo que por vezes acaba por dar resultado. No entanto, a experiência diz-nos quenão devemos apenas contar com o acaso e com a sorte, quando falamos de temáticas tão importantes e complexas. A proposta passa por saber preparar uma decisão, através de análises racionais, em periodos de pouco stress e muita calma. Deste modo, as decisões assumem-se como mais racionais.

Nesta estratégia importa ainda referir que, nestes momentos de calma, deveremos determinar modos de actuação em determinados momentos. Ou seja, definir à partida o que fazer, caso se realizem determinas permissas ou acontecimentos. Por exemplo, o que fazer em resposta a uma crise financeira, ou como actuar em situações de desemprego. Pela positiva, estratégias de actuação em cenários de maior crescimento económico ou euforia de mercado.

Concluindo, todas as estratégias de actuação neste campo deverão ser orientadas para reduzir o stress associado ao processo de tomada de decisão, cientes de que o stress é mau conselheiro e indutor de erros. A sua principal prioridade, deste modo, será a construção de um processo de decisão estruturado e adequado ao seu perfil de risco.

Leia também:


A Sociedade que Deveria ser Civil

Comummente referimos que existe um descontentamento generalizado com os políticos actuais, sendo esse sentimento parte da explicação para os elevados níveis de abstenção nas eleições, o desinteresse e o progressivo afastamento de uma grande parte da população na análise e discussão de temas relevantes em termos políticos, económicos e por vezes sociais. De salientar que os temas sociais só por si despertam muitos sentimentos que acabam por atrair e promover a discussão voluntária, muitas vezes são estes os temas que os partidos optam por evidenciar de forma a distrair.
A
No entanto, os casos pouco claros, as suspeitas e outros temas controversos acontecem em todas as sociedades, no entanto nem todas elas se dotam de uma apatia tão profunda como a sociedade portuguesa. Vivemos numa sonolência profunda quando ao nosso lado casos “peculiares” acontecem, de referir: que na semana em que o endividamento nacional estava na ordem do dia é assinado, a uma Sábado, o primeiro troço de um TGV que ainda ninguém sabe ao certo quanto irá gerar de receitas e mensurar de que forma promoverá o crescimento económico. A sociedade distraiu-se com a célebre frase da tanga, enquanto os impostos aumentaram a bem da economia nacional e, quase imperceptivelmente, é assinado um acordo que compromete a saúde das contas públicas. A sociedade adormecida assim continuou.
A
Mas quem é responsável por este hibernar da consciencialização colectiva?
A
Do lado do poder político alguns dos temas fundamentais em analisar são decididos quase de forma silenciosa, paralela e longe do olhar da sociedade, por outro lado o discurso político dota-se de uma linguagem que visa afastar o português comum, os eleitores, os quais muitas vezes não compreendem as expressões técnicas e acabam por “delegar nos políticos porque eles é que são capazes e válidos”. Mas desde quando esses mesmos políticos passaram por provas de aptidão para tal? Os mesmos políticos que endividaram o estado com os célebres estádios de futebol, são os mesmos que se consideraram válidos a endividar o país em obras públicas para os quais não temos liquidez.
A
Mas se do lado político as posturas descritas são comuns e levam ao afastamento, a sociedade em si também é responsável e permite que temas que irão condicionar o futuro sejam aceites sem discussão e por vezes envoltos em polémica sem que exista uma tomada de posição firme e de mobilização. Facilmente camuflamos descontentamento com posições radicais ou extremistas, ou por outro lado, explicamos a nossa atitude pelo reduzido impacto ao se actuar de uma forma individual. Se a sociedade se organizar, se todos nós tivermos uma atitude dinâmica, pró-activa e informada e assim existir uma exposição dos erros, das dúvidas e da posição da sociedade civil a nível local e nacional, então inevitavelmente passará a existir uma forma distinta de fazer política centrada na sociedade (a médio ou longo prazo mas essa mudança irá acontecer).
A
Numa primeira fase a sociedade civil deve expor os problemas e demarcar uma posição em termos locais e nacionais nas mais variadas temáticas, numa segunda fase, é essencial exigir respostas válidas. Em Portugal, regra geral, as respostas tardam e muitas das vezes apenas obtemos meias explicações e num tom “áspero” para evitar mais perguntas difíceis. Mas uma sociedade organizada, que definiu com clareza o que pretende, necessita insistir com perseverança para que a resposta completa, clara e legal seja obtida.
A
O despertar da sociedade civil é URGENTE.
A
Leia também:
A

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um Lobby Internacional, que Poderia ser Português

O primeiro processo de mundialização foi liderado inicialmente pelos portugueses, quando lograram “navegar por mares nunca antes navegados”. Ao longo do tempo sempre nos caracterizámos pela relativa facilidade de integração com outros povos e, talvez ainda em resultado da população autóctone reduzida, sempre contrariamos a postura espanhola de imposição pela força (tendo esta levado à destruição de 3 civilizações), sendo o resultado desse nosso comportamento a integração nas comunidades ou povos com os quais estabelecíamos contacto.

Este nosso temperamento de aceitação, segundo alguns justificados por estarmos face ao Atlântico e por isso abertos ao desconhecido, levou-nos a ser os primeiros a ter relações comerciais com o secular Japão fechado sobre si mesmo, tendo mesmo cedido o nosso obrigado para derivar o árigatô, no pouco conhecido Benin os guerreiros portugueses são actualmente imagens tradicionais que representam coragem, destreza militar e solidariedade entre os paises e muitos outros exemplos de passividade nas relações internacionais poderiam ser referenciados.

Os números actuais são expressivos e claros: 40% dos Portugueses residem fora de Portugal, em diferentes países, em distantes continentes… Os números que apresentamos de seguida podem ser meramente descritivos ou podem representar uma oportunidade única, real e ainda praticamente inexplorada: a criação de um lobby através da diáspora portuguesa. É fundamental reflectir nessa oportunidade e é esse exercício que este artigo pretende efectuar.

Em França a comunidade Portuguesa, nascidos em Portugal e luso-descendentes representa sensivelmente 800 mil pessoas, na África do Sul cerca de meio milhão, nos EUA ronda as 1.154 mil pessoas, na Venezuela 400 mil, em Inglaterra 200 mil, na Suíça 150 mil, na Alemanha cerca de 132 mil, na China (Macau) numa população total de 435 mil habitantes cerca de 100 mil possuem passaporte Português, em Espanha 64 mil, na Austrália 55 mil, no Luxemburgo representamos 10,8% da população total (até celeuma com a exposição da nossa bandeira nacional já existiu) , depois ainda há comunidades numerosas em Angola, Moçambique, Andorra…

A diáspora portuguesa, independentemente da latitude, acaba por partilhar comportamentos que nos habituámos a caracterizar e, por vezes, a ironizar: vincado respeito pelas tradições nacionais, trato pacifico e facilidade de integração, por vezes mesmo enfrentando dificuldades linguísticas sobretudo nas gerações mais antigas, uma enorme capacidade de trabalho até para cargos mais exigentes fisicamente, seriedade e fidelidade (aspecto muito valorizado actualmente em França mediante a existência de outras comunidades mais tumultuosas e que por isso são a génese de fricções sociais e politicas). Mas raramente nos questionamos de que forma esses Portugueses extremamente orgulhos da sua pátria podem ser úteis ao crescimento de Portugal, mesmo estando a tantos quilómetros de distância.

Na realidade nunca se discutiu abertamente uma visão estratégica para a enorme diáspora Portuguesa, plano esse que fortaleceria o poder e o peso de Portugal junto das comunidades locais e, paralelamente, ser uma oportunidade para os nossos interesses, em termos económicos, comerciais, políticos.

Parece um conceito abstracto e os benefícios de tal estratégia surgem turvos numa primeira análise, mas a estratégia proposta, tácita e silenciosa, já é levada a cabo por outros povos, (como os Judeus) sendo os resultados são importantes. Por exemplo, na área financeira internacional é usual existirem muitos judeus a trabalhar. Numa análise desatenta poderíamos referir que é um povo com capacidades intrínsecas para esta área específica ou que por motivos religiosos acabaram por ser pioneiros na área e com isso criaram uma tradição, mas estes motivos explicativos não são só por si suficientes uma vez que no processo de recrutamento existe uma tendência tácita e contínua de recrutar novos colaboradores com as mesmas raízes, criando-se assim um clã que manterá os mesmos comportamentos e assim irá fortalecer em poder e número a base inicial. Mas este exemplo é transversal a outras áreas. Este sentido de proximidade em termos culturais tem spillovers positivos, como a procura por outros serviços prestados igualmente por empresas ou departamentos liderados por pessoas da mesma comunidade. O efeito bola de neve, ao longo das décadas, começa a surtir efeitos desde o meio académico, sendo transversal a vários sectores e terá relevância política.

Mas esta tendência é ainda complementada por uma estratégia diplomática estudada e que visa valorizar o peso das comunidades no seio da sociedade, solicitando mais regalias e incrementando o peso político e social.

Exemplos que deveriam ser introduzidos juntos das comunidades Portuguesas no estrangeiro:

  • Preferência pelo recrutamento de colaboradores (obviamente válidos e com elevadas capacidades) com origem Portuguesa.
  • Nas relações comerciais, preferência por empresas (com elevados padrões de profissionalismo, claras mais valias e com preços de mercado competitivos) com origem portuguesa. Esta opção pode passar por empresas de empreendedores da comunidade portuguesa local ou, mais abrangente, por empresas de Portugal (sendo então uma forma para que algumas empresas de Portugal se consigam implementar em outros pais).
  • As numerosas comunidades nacionais podem ainda ser a porta de entrada de produtos nacionais (mais fácil de adquirirem pela proximidade cultural) e seria ainda uma forma de aperfeiçoamento da estratégia para uma ampla presença no novo pais em termos comerciais.
  • Caracterização detalhada da comunidade e identificação dos profissionais e empresas de referência e de origem portuguesa em múltiplas áreas, de forma a existir um acompanhamento permanente da rede de origem portuguesa e utilização da mesma como promoção do crescimento e dinamismo económico e comercial.
  • Presença habitual e regular de representantes políticos nacionais e uma permanente diplomacia junto das autoridades locais a todos os níveis.
  • Criação de centros de referência (em todos os países com fortes comunidades portuguesas) de promoção da cultura, tradições e mais-valias actuais dos portugueses (habilidade linguística, espírito inovador, etc…). Inacreditavelmente a visão de Portugal em muitos dos países com forte comunidade Portuguesa está desfasada da realidade actual e Portugal ainda é caracterizado como um pais de agricultores e pescadores, atrasado e retrógrado.

João Macedo

Sou licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Nova de Lisboa, tendo completado vários estudos pós graduados na área financeira e obtido o Certificado Europeu de Analista Financeiro.
A
Actualmente, sou gestor de fundos de investimento numa sociedade gestora internacional, após passar alguns anos pelo Research de Acções, também no estrangeiro. Recentemente lancei uma empresa de formação em Finanças Pessoais (Palaestra Formadores), juntamente com o meu amigo, que muito admiro, Ricardo Ferreira.

Ricardo Ferreira

Sou licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, mestrado em Gestão Saúde pelo ISCTE-INDEG.
A
Experiência de mais de 3 anos em banca de Investimento em Paris.
A
Actualmente sou empreendedor, desenvolvendo um projecto na área da saúde e bem-estar: Lullyfarma (loja física e site online http://www.lullyfarma.pt/). O negócio nuclear da empresa são produtos de parafarmácia, ajudas técnicas e serviços complementares de saúde (consultas e terapias).
A
Recentemente lancei, em conjunto com o João Macedo, uma outra empresa de formação em Finanças Pessoais (Palaestra Formadores), que brevemente terá um sítio na internet.
Nota: Ricardo Ferreira irá, a partir de hoje, desenvolver este blog em conjunto com João Macedo.

Apresentação de Parceria

De forma a retribuir o interesse e participação regular no blog www.assuasfinancaspessoais.blogspot.com, decidimos disponibilizar vantagens comerciais em produtos de beleza, saúde e bem-estar através de uma parceria com a parafarmácia Lullyfarma (http://www.lullyfarma.pt/). A gama de produtos pode ser consultada online (http://www.lullyfarma.pt/) ou podem ser prestados esclarecimentos através do telefone 21 228 10 40 ou email: lullyfarma@lullyfarma.pt
A
A Lullyfarma comercializa produtos de parafarmácia e ajudas técnicas (idosos e pessoas portadoras de dependência física).

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sugestões e Comentários

Neste artigo não iremos expor ou abordar qualquer assunto da índole nuclear do blog. Pretendemos apenas reforçar que esta plataforma é dirigida a todos os nossos leitores e que a melhor forma de irmos de encontro ás suas necessidades e interesses passa, fundamentalmente, por quatro vertentes:
  • Sugira-nos assuntos que gostaria de ver endereçados, expondo também as suas dúvidas, preocupações, pontos de vista...
  • Comente e contribua para a discussão activa dos vários temas propostos, algo que ajudará a criar algum conhecimento e poderá ajudar outros leitores;
  • Sinta-se livre de nos enviar os seus e-mails, com dúvidas, preocupações, críticas e sugestões. Estamos cá para responder a todas as suas questões, através do e-mail palaestraformadores@gmail.com;
  • Recomende o nosso blog aos seus conhecidos, caso considere que merecemos a sua confiança, bem como equacione a possibilidade de se tornar nosso seguidor.

Princípio da Previdência/Prudência

Expomos agora o terceiro princípio fundamental do equilíbrio financeiro. previdência e prudência são duas palavras que andam de mãos dadas, sendo posturas complementares entre si.
A
Em poucas palavras, todos sabemos que as nossas vidas estão permeáveis a situações inesperadas, difíceis ou mesmo impossíveis de prever. Mesmo os melhores orçamentos e previsões têm de dispor de uma margem de segurança para estas situações e para fazer face aos impactos de erros de previsão.
A
Deste modo, defendemos não apenas que contemple uma margem de segurança na construção do seu orçamento familiar, mas também que crie uma conta de emergência, que represente alguns meses de rendimento (digamos, três a seis meses). Assim, caso ocorram crises ou situações que envolvam um dispêndio de dinheiro ou redução de rendimentos (quer seja desemprego, doença, avarias do carro, entre outros).
A
Caso ocorram estas crises financeiras, e caso disponha de um fundo/conta de emergência, conseguirá fazer face às adversidades sem ter de incorrer em crédito, especialmente em situações onde não lho concederiam ou onde seria bastante mais caro.
A
Um dos benefícios adicionais que obteria com esta postura mais prudente seria a redução da carga de stress associada à incerteza, o que já de si é algo bastante benéfico. Com esta conta, sabe que estará precavido para situações de crise, ganhando disponibilidade emocional para gozar o tempo com aquilo que mais valoriza.
A
Mais uma vez, nunca é de mais recordar que o bom senso é a palavra de ordem. Recordar que devemos assumir sempre posturas mais conservadoras e prudentes, de modo a evitar surpresas.
A
Leia também:
A

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Posturas face ao dinheiro

Estando ainda numa fase introdutória do percurso que queremos que inicie, no sentido de alcançar um confortável nível de INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA, achamos por bem apresentar algumas posturas que consideramos adequadas/aconselháveis a ser tomadas face ao dinheiro:
A
  • O dinheiro tem de ser visto como algo instrumental, num plano de vida estruturado e com sentido mais profundo e de longo prazo. O dinheiro não é o fim último da vida;
  • O dinheiro não é, nem pode ser, encarado como fazendo parte da solução dos nossos problemas;
  • A solvência financeira deve ser a principal prioridade num plano financeiro. A solvência implica o controlo do dinheiro, e não o controlo pelo dinheiro;
  • Deveremos gastar apenas o rendimento de que dispomos, evitando atitudes e comportamentos irresponsáveis (de notar algumas excepções lógicas);
  • Deveremos estar conscientes e evitar as consequências de uma má utilização do dinheiro. É chegada a hora da responsabilização;
  • Estar disposto a assumir e cumprir compromissos e metas rigorosas e exigentes.
A
Enfim, estes são apenas alguns exemplos de atitudes que consideramos essenciais no percurso para um destino mais confortável, digno e despreocupado. Contudo, queremos que seja consciente de que atingir os seus objectivos, quer sejam financeiros ou de outra índole, envolve uma mudança muito profunda de comportamentos e mentalidades. Torna-se fundamental identificar as raízes dos problemas e perceber como funciona o jogo do dinheiro, as suas regras e cuidados a ter para o vencer.
A
Leia também:
A
A
Nota: A realização deste post, bem como dos princípios básicos de equilíbrio financeiro teve o apoio da Cláudia Macedo, a que muito agradecemos.

domingo, 15 de agosto de 2010

Emoção nos investimentos

James Montier, no seu livro "The little book of behavioral investing", refere cinco condições que aumentam a probabilidade de uma decisão emocional, em contraponto a uma decisão mais racional. São elas:
A
  • Problema mal estruturado e complexo;
  • Informação incompleta ou ambígua;
  • Objectivos mal definidos ou mutantes;
  • Elevado stress envolvido;
  • Decisões dependentes de interacções com terceiros.
A
Como certamente reparou, existe uma grande probabilidade de qualquer das nossas decisões cair numa destas cinco categorias. Assim, caso disponha de uma inteligência normal/mediana, "apenas" terá de saber controlar as suas emoções, de modo a racionalizar a tomada de decisões, algo que aumentará em muito a sua eficiência e eficácia. Na realidade, este é um passo fundamental para que possa ter sucesso financeiro, visto que o tópico dinheiro envolve uma componente emocional muito intensa.
A
Queremos deixar uma última reflexão, transmitida também por inúmeros investidores de sucesso:
A
"A época de máximo pessimismo é a época adequada para investir. A altura de maior optimismo representa o melhor momento para desinvestir".
A
Esta máxima é válida pois o ser humano tende a exagerar a reacção a acontecimentos em períodos extremos de sentimento (optimismo ou pessimismo). Isto leva a uma clara separação entre o preço dos activos e o seu valor real. Desenvolveremos posteriormente a distinção entre estas duas grandezas.
A

Leia também:

Finanças Comportamentais

sábado, 14 de agosto de 2010

PRODUTIVIDADE

Queremos deixar algumas referências relativamente a um tema que tem andado sempre na comunicação social, tendo um carácter político muito intenso: a produtividade.
a
Na realidade, este tema económico tem sido muitas vezes utilizado como arma de arremesso político, sendo muitas vezes referido como um dos principais problemas da economia portuguesa.
a
Estamos fartos de ouvir que os trabalhadores portugueses não são produtivos, que não trabalham e que são preguiçosos. Daí que as propostas dos nossos economistas, no sentido de dar maior competitividade à economia, passem muito pela contenção ou mesmo pelo corte real dos salários (quanto o salário sobe menos do que a inflação).
a
Afinal, o que significa a expressão produtividade?
a
De uma forma muito simples, a produtividade não é mais do que a relação que existe entre a quantidade de produto (ou riqueza gerada pelo país) e a quantidade dos factores de produção usados para a sua obtenção (sejam eles trabalho ou capital). A produtividade do factor trabalho é medida como a relação entre a riqueza criada e o custo do trabalho (número de horas multiplicado pelo custo horário do trabalho).
a
Mas afinal, quais os motivos para a falta de produtividade em Portugal?
a
1 - Fraca qualidade da classe gestora:
a
Sendo sinceros, damos algum crédito e razão a algumas das críticas feitas aos trabalhadores portugueses pois, da nossa experiência profissional, vemos vários exemplos de maus profissionais e de posturas muito erradas por parte de muitos trabalhadores. Contudo, somos da opinião que os problemas de produtividade são muito profundos e sérios e acreditamos que a maioria dos problemas advém fundamentalmente da fraca qualidade da nossa classe gestora e das más práticas de gestão de recursos humanos das nossas empresas. Em poucas palavras, exemplos como ausência de promoções ou aumentos de forma consistente no tempo, aumentos iguais para todos os trabalhadores (independentemente das avaliações de desempenho que, aliás, não abundam), promoções automáticas com base na antiguidade, aumento constante de objectivos sem contra partidas, ausência de políticas de formação coerentes, ente muitos outros.
a
2 - Fraca motivação dos trabalhadores:
a
Achamos incrível como é que a classe gestora em Portugal ainda não percebeu que um trabalhador motivado produz muito mais do que um trabalhador que não tem motivação para trabalhar. Não compreendemos como é que não se ocupam em tentar aprender com as sociedades mais desenvolvidas que a nossa neste campo, já que queremos estar sempre "à frente", embora acabemos por concluir que apenas nos preocupamos com assuntos de relevância secundária.
a
Na realidade, a falta de motivação em Portugal é gritante e consideramos que resulta muito do referido no ponto anterior. Adicionalmente, sentimos que em Portugal se perdeu a noção e o respeito pelo trabalhador enquanto ser humano com família e vida própria, com interesses pessoais e valores singulares e únicos. Torna-se preocupante quando se assume que os horários de trabalho não devem ser cumpridos e que o trabalhador tem de ficar mais tempo no escritório para acabar o trabalho, que muitas vezes é excessivo. Quando saímos à hora estipulada (aliás, é por essa hora que somos pagos) somos criticados e olhados de lado. Mais uma vez, noutras sociedades desenvolvidas (ver o exemplo dos países do norte da Europa) quem sai depois do horário é mal visto, pois é olhado como não sendo capaz de trabalhar com competência e eficiência, pois aí o trabalho está melhor dimensionado.
a
É urgente olhar para o trabalhador como uma pessoa na sua íntegra, procurando endereçar todas as suas vertentes, desejos e interesses, e não apenas o mínimo indispensável para que possa trabalhar com aproveitamento. Não nos podemos ficar pelo suficiente e as políticas de hoje estão voltadas para esta nota.
a
3 - Produção com base em produtos de baixo valor acrescentado:
a
Uma crítica muitas vezes esquecida, pois envolve algo mais estrutural e poderoso que os trabalhadores, prende-se com o numerador da expressão de produtividade: o produto. Na realidade, a riqueza nacional é a soma de muitas grandezas. Contudo, por ora apenas interessa que a riqueza gerada é muito baixa, pois está assente em produtos com baixo valor acrescentado e sem componente tecnológica (quer no resultado, quer no processo produtivo que o origina). Ou seja, produzimos camisas, sapatos, rolhas de cortiça, azeite e vinho, muitas vezes com recurso a tecnologia obsoleta. Utilizamos incentivos comunitários para comprar carros de luxo e depois admiramo-nos que as empresas estrangeiras prefiram instalar-se em economias com recursos humanos mais qualificados e mais baratos. Naturalmente que o resultado disto tudo é uma economia muito pouco competitiva.
a
4 - Força sindical muito poderosa e sem noção da realidade:
A
Um último ponto, embora certamente faltem muitas justificações para esta problemática, prende-se com a existência em Portugal de forçar sindicais muito poderosas e com preocupações políticas (nomeadamente ligadas a um partido político em especial). Não sendo o interesse do trabalhador o ponto central da sua actuação, é natural que as negociações com os empregadores não sejam orientadas para um consenso razoável. Já se perdeu muita a noção das coisas, e prefere-se fazer greves a evitar que as empresas sejam economicamente viáveis e competitivas, situação que garantiria a sustentabilidade dos empregos no longo prazo. Certamente que há casos de excepção e também não procuramos defender que os empregadores são uns "anjinhos". Contudo, acreditamos que um pouco de bom senso não faria mal nenhum a estes dirigentes (ver o exemplo das negociações na Autoeuropa, que correram o risco de resultar num sério problema nacional).
a
Postos estes argumentos, como resolver os problemas?
a
As soluções não são simples, e não é de esperar que este seja o campo para apresentar soluções, embora convidemos todos os leitores interessados a deixar as suas opiniões e sugestões. Contudo, queremos salientar que o problema que enfrentamos é estrutural e que a sua solução envolve uma alteração profunda não só do sistema produtivo mas também das mentalidades dos trabalhadores e empregadores. Temos de perceber que embora a maximização do lucro seja algo necessário, tal passa em muito pela maximização da satisfação e motivação dos trabalhadores. Como é sabido, atravessamos uma crise de elites e é necessária uma mudança ou rejuvenescimento das mesmas. Da nossa parte, procuraremos nesta plataforma e nas formações que fazemos, contribuir um pouco para a alteração das mentalidades, através da formação e instrução, e não pela imposição. O resto virá por acréscimo, com o tempo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Princípio da Poupança

Focamos, agora, a nossa atenção no segundo princípio do equilíbrio financeiro: o Princípio da Poupança.
A
Antes de mais, compete-nos fazer uma chamada de atenção. Somos, muitas vezes, confrontados com formandos e conhecidos que dizem que não conseguem poupar. Que é tudo muito difícil e que chegam ao final do mês sem qualquer montante disponível para a poupança. Embora este problema aflija muitas famílias, sabemos que os argumentos utilizados são falsos argumentos. Porquê?
A
O principal motivo pelo qual as pessoas não conseguem poupar todos os meses reside no facto de a generalidades ou não tem um orçamento familiar (que falaremos em artigo posterior) ou não considera a poupança como uma prioridade. Na realidade, ao colocar a poupança em último lugar, depois de todas as despesas e pagamentos a terceiros, acabamos por colocar-nos a nós próprios em último lugar. E claro está que se nem nós próprios nos consideramos a prioridade, ninguém o irá fazer por nós.
A
Assim sendo, qual a solução para a dificuldade em poupar?
A
Em primeiro lugar, deveremos ser considerados sempre como uma prioridade, algo que é traduzido em colocar uma percentagem do nosso rendimento de parte, no INÍCIO DE CADA MÊS (para muitos coincide com o dia 25, dia em que recebemos o nosso salário). A operacionalização é simples. Basta criar uma conta bancária destinada para o efeito (preferencialmente sem cartões de débito e crédito associados) e ordenar uma transferência automática para essa conta, todos os meses. Neste contexto, deverá considerar que esta transferência deverá ser regular e consistente. Ou seja, terá de acontecer todos os meses, no mesmo dia, com base num montante pré-determinado e sem falhas. Parece simples, mas poucas pessoas o fazem...
A
Em segundo lugar, e um processo mais moroso, terá de elaborar o orçamento familiar, de modo a determinar o montante potencial de poupança, o que permitirá uma consistência ao longo do tempo. Por exemplo, poderá determinar uma percentagem do seu rendimento de 5% ou 10%. Ou um montante fixo de 10€ ou 50€... Quanto mais melhor, mas lembre-se que a consistência é fundamental, pois irá conseguir criar uma rotina de poupança o que resultará, em última análise, numa mudança dos seus hábitos de vida. O realismo também terá de ser considerado. Não faz sentido propor-se poupar 50% do seu rendimento, quando sabe que tal será impossível. Contudo, alguma exigência é salutar, dado que a exigência é meio caminho andado para alcançar os objectivos.
A
Finalmente, chegado o final do mês com alguns rendimentos extra na conta, poderá fazer uma transferência pontual desse montante para a conta de poupança, que já havia sido reforçada aquando do pagamento do seu salário.
A
No que toca à poupança, o bom senso costuma ser bom conselheiro. Assim, terá de se preocupar em viver uma vida confortável mas com algumas restrições que lhe permitam criar condições de melhoria das suas condições de vida no futuro. Lembre-se que é mais fácil poupar um euro do que ganhar um euro. Isto porque a poupança depende exclusivamente de nós, enquanto o rendimento dependerá também de terceiros. E, claro está, o dinheiro poupado irá render juros no banco ou em investimentos financeiros, algo que resultará em colocar o dinheiro a trabalhar para nós (um empregado que trabalha vinte e quatro horas por dia, todos os dias do ano e com baixos custos de manutenção... o empregado perfeito!!!).

sábado, 7 de agosto de 2010

Princípios Básicos do Equilíbrio Financeiro

Neste artigo, queremos espor alguns princípios que consideramos serem fundamentais para o equilíbrio financeiro de qualquer família. claro que não procuramos reduzir o percurso financeiro em poucas palavras, pois seria algo muito redutor. Contudo, queremos alertar para algumas linhas de pensamento essenciais para o controlo do seu dinheiro, crientes de que as dificuldades financeiras (e algumas dificuldades pessoais e familiares) são resultado de desequilíbrios e descontrolos, muitas vezes infantis.
Finanças
Nesta linha, identificamos quatro princípios básicos, que acreditamos serem intemporais e cujos resultados são comprovados:
Finanças
  1. Princípio da restrição;
  2. Princípio da poupança;
  3. Princípio da previdência;
  4. Princípio da solvência.
Finanças
Dada a sua extensão e relevância, focamo-nos hoje no primeiro princípio, que consideramos ser o mais importante dos quatro. A restrição orçamental.
Finanças
O princípio da restrição, embora parecendo de fácil compreensão, não é vivido pela maioria de nós. Em poucas palavras, significa VIVER DE ACORDO COM AS NOSSAS POSSIBILIDADES. Ou seja, identificar claramente os nossos rendimentos e estruturas as despesas em função deles. Apesar de simples, a maioria das pessoas prefere inverter o processo. identifica as despesas e tenta, numa segunda fase, enquadrá-las com o seu perfil de rendimentos. Claro está que este comportamento, regra geral, induz o endividamento.
F
Em teoria, todos sabemos a que diz respeito a restrição orçamental. Os recursos que dispomos são escassos, embora sejamos sempre capazes de encontrar inúmeras necessidades e destinos a a dar a esses recursos, o que se trazus em despesa. Contudo, tem existido um desalinhamento crónico e cada vez maior entre os recrusos que dispomos (rendimento disponível para consumo) e as despesas que realizamos (consumo privado).
F
Claro está que este desalinhamento terá de resultar em uma de duas coisas: (1) redução da poupança das famílias ou (2) endividamento. O resultado, contudo, é o mesmo: redução da riqueza e incremento dos gastos financeiros. Em suma, entra-se numa espiral de endividamento.
F
Ao longo das formações que realizamos nunca deixamos de nos surpreender com o relaxamento da maioria dos nossos formandos. O crédito faz parte, cada vez mais, da realidade dos portugueses. Naturalmente que não defendemos que todo o crédito é mau. Contudo, o nível de endividamento que o país atingiu é cada vez mais preocupante, ganhando ainda maior relevo quando consideramos que a maioria das pessoas não compreende o seu verdadeiro significado e o real custo que irá suportar com os créditos contraídos.
F
Brevemente, iremos dar algumas orientações para que possa viver de acordo com o princípio agora exposto, algo que se traduz num conceito também ele de fácil compreensão: O ORÇAMENTO FAMILIAR.

domingo, 1 de agosto de 2010

Finanças Comportamentais

Iniciamos com este post a colecção de artigos na temática de Finanças Comportamentais. Não somos nenhuns peritos nestes assuntos, embora bastante interessados, dada a sua crescente aceitação como mecanismo indispensável de melhoria das decisões financeiras. Sendo a nossa especialidade os investimentos, acreditamos que é fundamental alertar para a importância desta temática.

Como referido, as finanças comportamentais têm ganho um número crescente de adeptos, correndo o risco de ser considerado um tema da moda, pelo que facilmente esquecido. Contudo, a lógica para a sua crescente aceitação prende-se com o facto do comportamento humano seguir determinados patrões. Muitas vezes somos irracionais, mas o mais interessante é que somos previsivelmente irracionais. Cometemos os mesmos erros de forma consistente no tempo. Daí que a tentativa de nos conhecermos enquanto pessoas e enquanto investidores, de percebermos como tomados decisões e os erros que cometemos nesse processo, permitir-nos-á criar um processo sistemático para a tomada de decisões, correcto e consistente no tempo.

Benjamin Graham, aquele que é considerado o “pai” do investimento em valor disse certo dia que “provavelmente um dos maiores inimigos do investidor é próprio”. Esta afirmação pode ser sustentada ao considerarmos os dois sistemas em operação no nosso cérebro: o sistema emocional e o sistema racional.

O sistema emocional consiste na abordagem da emoção ao processo de tomada de decisão. Na realidade, é o primeiro sistema a entrar em funcionamento, sendo toda a informação filtrada por ele antes de ser processada pela razão. Assim sendo, os inputs do sistema terão de ser pouco complexos, sendo de destacar a familiariedade e a semelhança. No entanto, a sua simplicidade permite o tratamento de uma grande quantidade de informação, embora as suas respostas apenas estejam aproximadamente correctas.

Por outro lado, o sistema racional envolve um processo mais lógico e dedutivo de tratamento da informação. Naturalmente que, dada a sua complexidade, o sistema racional consegue solucionar menos problemas e tratar menos informação em simultâneo. Contudo, os resultados tendem a ser melhor trabalhados e mais precisos.

Finalmente, estudos realizados por neurocientistas demonstram que as partes do cérebro associadas ao sistema emocional são muito mais velhas (em termos de evolução) que as partes associadas ao sistema racional. Quer isto dizer que o ser humano desenvolveu primeiro a necessidade de emoção, tendo depois evoluido para a procura pela razão e lógica das coisas.

Onde queremos chegar com tudo isto?

Nesta altura, queremos apenas salientar a importância de percebermos, não só a existência destes dois sistemas, mas também da sua importância enquanto influência clara no processo de tomada de decisão. Futuramente, procuraremos expor alguns erros comummente cometidos pelos investidores, muitos deles profissionais, retirando daí algumas conclusões. No entanto, por agora, ainda estamos a lançar as bases do trabalho que procuraremos desenvolver consigo.

Nota: Esta exposição foi elaborada com o apoio do livro “The little book of behavioral investing” cuja leitura recomendamos vivamente.