quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Exchange Traded Funds (ETFs) vs. Fundos de Investimento Convencionais

Neste artigo, iremos expor um artigo que publicamos recentemente no site do Produtos Bancários, que consideramos de exprema relevância nos dias que correm. Recomendamos, também, a leitura deste site, caso procure informações relativas aos vários produtos bancários, disponibilizados em Portugal:
Queremos dedicar um artigo aos Exchange Traded Funds (ETFs), ou em português, fundos de investimento transaccionados em bolsa, pois acreditamos serem uma classe de activos muito pouco conhecida e com grande potencial de criação de valor para o cliente.

Aliás, sabemos bem os motivos pelos quais estes fundos não são conhecidos no mercado: são uma concorrência directa e muito poderosa face aos fundos de investimento disponibilizados pelas várias casas de gestão.

As diferenças entre ETFs e Fundos de Investimento assentam numa diferença de conceito entre as duas classes.

Os ETFs são fundos de gestão passiva, que se destinam a replicar um índice, procurando obter um desempenho muito próximo do índice.Com a maior sofisticação por parte dos clientes, foram surgindo vários tipos de ETFs, que investem em estratégias tão diferentes como posições longas ou curtas no mercado, alavancagem, compra de activos alternativos como matérias-primas, entre outros.

Por seu turno, os fundos de investimento convencionais são considerados fundos de gestão activa. Pretendem, através do recurso a equipas de gestores profissionais, obter desempenhos superiores aqueles dos índices que pretendem replicar. Também existem variadas classes de investimento, como acções, obrigações, matérias-primas, hedge funds… enfim, a evolução tem sido grande.

Somos algo cépticos (e os resultados comprovam-no) em relação à gestão activa, dado acreditarmos que é um jogo que está perdido à partida. É muito difícil fazer melhor que a média e a tentativa de o obter costuma vir associada com dissabores, traduzidos em perdas de rendimento.

O que distingue estes fundos:

DISPARIDADE DE RETORNOS

A diferença conceptual acima referida traduz-se em disparidades de desempenho bastante significativas.

Os ETFs cobram comissões de gestão muito reduzidas e efectuam muito poucas transacções, fazendo apenas as necessárias para rebalancear a carteira com uma periodicidade predeterminada.

Assim, podemos dizer que a taxa global de custos poderá rondar entre os 0,1%-1%. A esta taxa temos de acrescer a taxa inicial de corretagem (para compra do título, a que faremos referência posteriormente, e as comissões de custódia).

Os fundos de investimento convencionais, por seu turno, cobram um conjunto elevado de comissões, como tratado no capítulo Guia de Fundos, podendo atingir taxas globais de custos entre 2%-5%. Uma grande diferença que, a prazo, têm um grande impacto em qualquer estratégia de investimento.

Este diferencial implica que apenas aproximadamente 20% dos fundos de gestão activa conseguem melhores retornos que os ETFs, na mesma classe de investimento.

MOVIMENTAÇÃO/LIQUIDEZ

Uma outra diferença consiste na possibilidade de movimentação destes fundos. Ou seja, os ETFs sendo transaccionados em bolsa, podem ser comprados e vendidos instantaneamente, sendo que os fundos convencionais têm ordens diferidas no tempo, querendo isto dizer que o cliente dá a ordem num dia, a um preço desconhecido, e a liquidação acontece até cinco dias depois.

Claro está que esta diferença poderá representar uma grande desvantagem para os fundos de investimento convencionais, dado que pode implicar na perda de grandes oportunidades de investimento, ou desinvestimento.

TRIBUTAÇÃO

Com a introdução do Plano de Estabilidade e Crescimento, deverão ser feitas alterações em termos de tributação das mais-valias em acções (o ETFs é equiparado a uma acção). Assim, os ETFs perderam a grande vantagem fiscal que tinham, que se traduzia na isenção de tributação de mais-valias ao fim de um ano.

Por seu turno, os fundos convencionais (domiciliados em Portugal) têm a sua tributação dentro do fundo, o que permite uma melhor eficiência fiscal. Contudo, os fundos não domiciliados em Portugal têm o mesmo regime de tributação das acções e dos ETFs.

O QUE FAZER


Os ETFs representam uma boa alternativa de investimento, para quem tem estratégias de investimento mais estáveis e consistentes no tempo, dado que a grande vantagem (comissionamento) só começa a fazer realmente a diferença ao fim de algum tempo (digamos 2 anos, dependendo do montante).

Caso prefira seguir uma estratégia de reforços continuados da sua carteira com alterações regulares à sua composição, poderá utilizar os dois tipos de instrumentos, em simultâneo, procurando aproveitar o que ambos têm de bom.

Somos adeptos de estratégias de investimento mais estáveis, porque acreditamos que são uma melhor forma de obter bons níveis de rendimento, dados os conhecimentos financeiros da generalidade da população. Assim, acreditamos muito nos ETFs e sabemos que deveriam ser uma classe de activos com maior peso na carteira dos investidores. Aliás, o desconhecimento das características destes produtos faz com que se considerem produtos mais arriscados do que os fundos de investimento, o que não é, de todo, verdadeiro.
Leia Também:
Guia de Fundos de Investimento;
Malditos Especuladores;
A Gestão do Risco.

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