domingo, 19 de setembro de 2010

Dicas de Investimento

Um princípio básico que deve ter em mente mesmo antes de investir é: se pretende atingir rendibilidades mais elevadas então inevitavelmente estará exposto a um maior nível de risco, inversamente se optar por mais segurança então os ganhos potenciais serão menores.

Alguns conselhos essenciais para quem quer investir.

1-Investimento de acordo com os objectivos definidos:

Quem pretende obter retornos no imediato, ou seja no curto prazo, os activos bastante voláteis (como as acções, activos de países emergentes, matérias primas…) não são a melhor opção. Os investidores com objectivos de curto-prazo devem optar por obrigações porque são menos arriscadas (menor volatilidade).

2- Cuidados com as comissões:

Se investir em fundos tenha em mente que pagar mais 1 ou 2% em comissões de subscrição, transferência, de gestão ou supervisão pode parecer irrelevante mas, na realidade, poderá ser determinante para obter um retorno positivo ou negativo do seu investimento.
Imagine que vais investir dez mil euros e pode optar por 2 fundos. Ambos garantem um retorno anual de 8% mas divergem na percentagem da comissão: Fundo A 1,25% e Fundo B 0,25%. Esta pequena diferença na comissão, ao fim de 20 anos irá ser traduzida num diferencial de retorno de 7.570€.
3- Conhecer os benefícios fiscais:

Reforçamos regularmente a importância de poupar, sobretudo para ter segurança, conforto e conseguir que o dinheiro trabalhe para si no futuro. No entanto, quando decide utilizar as suas poupanças para investir necessita ter em atenção outros aspectos, nomeadamente a fiscalidade. Por exemplo existem soluções (PPR, Seguros de Vida) que permitem deduções à colecta em sede de IRS dos montantes investidos e redução da tributação face aos retornos obtidos.
Deduções à colecta em sede de IRS de 25 por cento dos prémios com limites máximos de:
• 6 400 € para sujeitos passivos não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens
• 12 800 € para sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens.


Por exemplo se decidir investir 10 mil euros a 35 anos num depósito bancário, esta decisão pode não ser a melhor: actualmente a maioria dos depósitos a prazo tem taxas de juro nominais que rondam os dois por cento e as remunerações são sempre tributadas em 20 por cento em sede de IRS. Alternativamente se optar por um plano poupança reforma, poderá usufruir de benefícios fiscais, como a dedução de 20 por cento do montante aplicado, com os seguintes limites:

Se tem menos de 35 anos – 400 euros
Se tem entre 35 a 50 anos – 350 euros
Se tem mais de 50 anos – 300 euros

Além da vantagem descrita, um PPR permite ainda uma tributação de apenas dois quintos do rendimento quando o investidor atingir os 60 anos, ou seja as remunerações que ganhou durante o contrato serão tributadas em oito por cento e não em 20 por cento.

Deve ser bastante prudente na análise da tributação associada a cada solução de investimento, mas o ideal é cruzar os dois lados da informação:

• Rentabilidade e características da aplicação
• Fiscalidade aplicada

Ao cruzar as duas informações irá indubitavelmente efectuar boas escolhas e bons investimentos.

4-Cuidado com as comparações directas (e erradas):

Se perguntarmos a um investidor qual das aplicações é mais atractiva: um fundo de investimento em acções que rende 15% (na altura da decisão) ou um fundo de obrigações com um desempenho de 4 ou 5%. A resposta é evidente mas: cuidado. Não se pode comparar o que não é comparável.

Na realidade são duas aplicações para perfis de risco diferentes.

Necessita conhecer as vantagens e desvantagens de ambos os produtos, enquadrar no seu perfil de risco, horizonte de investimento e ter em consideração a alocação actual da sua carteira.

5-Ler os prospectos não é perda de tempo é prudência

Se pretende investir num PPR, fundo ou mesmo produto mais complexo (como um estruturado) deve conhecer em detalhe a solução de investimento em causa, os activos que a compõem e as condições subjacentes.

6-Informação é poder

Consulte diversas instituições financeiras (quer pessoalmente quer via online) e peça conselhos sobre soluções de investimento. Analise e compare tudo o que lhe foi facultado e, se mesmo assim sentir que subsistem duvidas, então aconselhe-se com alguém credível, com conhecimentos comprovados na área e sem qualquer enviesamento (por exemplo um amigo que é gestor de um banco tenderá a falar bem dos produtos da instituição que representa).

7-Comece hoje a poupar porque amanhã já está a ganhar

Muitas famílias referem que não conseguem alocar parte do seu rendimento para uma conta poupança, mas a nossa experiência sugere que essa incapacidade resulta, muitas vezes, de falta de controlo e disciplina.

Se investir uma pequena quantia, por exemplo cem euros a uma taxa anual líquida de 2,5 por cento e que todos os meses deposita 20 euros, ao fim de dez anos terá poupado 2.851 euros.

8- Controle os seus investimentos

Necessita de analisar os seus investimentos, pelo menos, com uma periodicidade semestral. Se não gosta, não sabe ou não tem tempo, então o melhor é entregar a gestão dos seus investimentos a um especialista (independente). Este especialista deverá contudo fazer um ponto de situação consigo (pelo menos de 6 em 6 meses) para que esteja a par das evoluções e ainda para adquirir progressivamente mais conhecimentos financeiros.

Sem comentários:

Enviar um comentário