terça-feira, 11 de janeiro de 2011

São jovens e qualificados: e optam por emigrar!

O Jornal Inglês “The Guardian” (11 de Janeiro de 2011) analisou, na sua edição online ,um fenómeno em Portugal: os elevados fluxos de emigração (sobretudo de jovens qualificados).

Os fluxos actuais, de saída de pessoas, só podem ser comparados aos níveis registados da década de 60. Estima-se que actualmente vivam fora de Portugal mais de dois milhões de portugueses. Segundo o economista Álvaro Pereira, 6,5% da população deixou o país entre 1998 e 2008.

A grande diferença é que, ao contrário do que se observou na década de 60, agora são essencialmente jovens e qualificados. Já em 2006 o Banco Mundial alertava para o facto do nosso país sofrer uma grave “da fuga de cérebros” (traduzindo em números algo como: 13% dos licenciados a emigrar).

De salientar as consequências a prazo deste fenómeno:
1) Défice do cérebros, uma vez que não há uma significativa imigração altamente qualificada para abastecer o mercado de trabalho;

2) Diminuição da população, porque a taxa de natalidade está a abrandar.

Ambos os factos podem ter um impacto significativo (a longo prazo) no equilíbrio da segurança social.

O “The Guardian” deixa ainda uma questão no ar: “Será este fenómeno uma coisa má”?

O mesmo jornal refere que, enquanto na Holanda é normal sair da casa dos pais aos 18 anos, em Portugal cerca de 60% dos jovens entre os 18 e os 34 anos ainda moram com a família (uma das maiores taxas da UE segundo o Eurostat em 2008).

Ora, os dados da emigração, por um lado, podem indicar “uma geração mais auto-suficientes, curiosos e menos mimados”. No entanto, razões económicas, nomeadamente poucas oportunidades e fracas progressões na carreira, são igualmente razões justificativas do fenómeno.

A grande questão que fica é se esses trabalhadores (altamente qualificados) vão regressar. A resposta costuma ser “ Se houver oportunidades (equiparáveis entenda-se”, mas mediante a situação económica actual a confirmação desta expectativa será difícil…

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