quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sessão Reforma - Ideias Básicas I

Infelizmente, temos sido constantemente recordados dos problemas inerentes ao sistema social na Europa, tudo apontando para que as reformas terão de cair de forma significativa e para que as pessoas tenham de permanente na vida activa por mais anos do que anteriormente esperavam. Antes de mais, queremos deixar claro que este facto se deveu a dois factores:

1. Aumento da esperança média de vida das populações, algo bastante positivo;

2. Alguns erros na gestão por parte do Governo, sendo de destacar os disparates observados em termos de reformas antecipadas e pré-reformas.

Com base nestas premissas, torna-se claro que os cidadãos são agora forçados a tomar as rédeas da sua vida, nomeadamente no que ao investimento diz respeito, numa altura em que a maioria das pessoas não tem nem conhecimentos nem vontade de o fazer. Quem já nos acompanha há algum tempo, saberá do nosso projecto de formação, cujos cursos poderá consultar aqui.

Assim sendo, deixamos algumas referência que consideramos úteis:

DETERMINAR AS NECESSIDADES FUTURAS:

De modo a melhor planear a sua reforma, deverá ser capaz de estimar hoje um determinado nível de vida futuro, sendo este exercício fundamental para saber quanto terá de poupar, todos os anos, para atingir esse objectivo. Neste aspecto, haverá a considerar a existência da inflação e dos juros compostos, que em muito o ajudarão no seu caminho:

• No caso da inflação, ao baixar o valor dos seus empréstimos e em aumentar as suas receitas.

• No caso dos juros compostos, pelo impacto positivo que têm na geração de juros futuros. Como sabe, nesta modalidade, os juros que recebe irão, também eles, gerar novos juros. É o extraordinário impacto do dinheiro a trabalhar para nós…

Na determinação das suas necessidades futuras, existirão algumas variáveis a considerar, como sendo o rendimento mensal que quererá auferir, a idade desejada para a reforma e o tempo que espera possa vir a durar a sua reforma. Com base nesta definição, deverá planear/prever:

Taxa de retorno dos seus activos:

É impossível prever as taxas que os seus investimentos irão auferir, ao longo de toda a vida do seu plano. Adicionalmente, e mais grave, pode acontecer algum factor pouco provável (como a crise actual e o seu forte impacto em termos de retornos de activos) que possa colocar em perigo os seus objectivos.

Tem algumas soluções, como sendo o recurso a planos de reforma com taxas garantidas ou compra de obrigações com determinada taxa de cupão (mantendo-as até à maturidade). Contudo, admitimos que as soluções disponíveis passam sempre por pesar riscos e retornos esperados, algo que não está no âmbito deste artigo, mas certamente que escreveremos algo sobre isso em breve.

Inflação:

Não sabemos que cabaz de produtos conseguiremos comprar com o nosso dinheiro, daqui a vinte ou trinta anos. É o impacto da variação do nível de preços. Certamente que o seu dinheiro irá perder valor, embora seja expectável que o seu rendimento também sofra ajuste mais ou menos com a inflação por baixo. Adicionalmente, e como referido, a inflação tem um impacto positivo ao nível do valor do endividamento. Sugerimos que, na sua análise, considere uma taxa de inflação de 2-2.5% ao ano, pois este é o objectivo do Banco Central Europeu e irá ditar as suas políticas económicas e monetárias.

AUTOMATIZE AS TRANSFERÊNCIAS PARA UMA CONTA SEPARADA:

Como sabemos, o facto de termos dinheiro parado na nossa conta tende a aumentar o nosso desejo consumista, na medida em que nos sentimos mais desafogados ou despreocupados. Neste sentido, encontramos sempre destinos a dar ao dinheiro. Assim, a nossa sugestão pela programação de transferências automáticas para uma conta de poupança, a efectuar no dia em que recebe o seu salário. Deste modo, o dinheiro não fica disponível na conta e nem dá pela sua falta.

EXIGÊNCIA E PERSISTÊNCIA:

Sendo o assunto a sua reforma e a sua qualidade de vida nessa altura, sugerimos que paute a sua actuação sempre por um elevado nível de exigência. Existem factores, no processo de investimento, que controla, pelo que aconselhamos que se foque nesses factores, e seja exigente. Assim, sugerimos:

Aumento da poupança mensal – sempre que possível, faça reforços pontuais na sua poupança, nunca se esquecendo que pode substituir parte das suas despesas por poupança;

Procura de produtos mais eficientes – nunca descanse na procura por produtos mais eficientes para a sua poupança, tanto em termos de risco, retorno ou comissionamento. Podem existir benefícios fiscais em determinado produto, benefícios de transferência de planos poupança reforma, ou simplesmente gestores com maior qualidade.

Finalmente, sendo a reforma um acontecimento distante no tempo, tendemos a descuidar-nos ou a desistir, pois o resultado do nosso esforço não é verificável ou vivido no curto prazo. Contudo, sabemos que uma política de reforço de poupança consistente no tempo é algo essencial para aumentar a probabilidade do sucesso da sua estratégia, traduzido em retornos mais atractivos e menos dependentes do contexto do mercado/economia.

Tendo feito os diagnósticos e apresentado algumas sugestões, pedimos que aguarde por amanhã pelas nossas sugestões de actuação. Entretanto, poderá ir explorando as nossas ferramentas, disponíveis aqui.

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