segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Preço do Petróleo por Celso Grisi

Expomos mais um artigo do professor Celso Grisi, publicado dia 12 de Dezembro que pode ser consultado na íntegra aqui.
Começa a desenhar-se um recúo desses preços para os próximos períodos. E já não é sem tempo, uma vez que esses preços ficam insuportáveis no momento em que os países desenvolvidos precisam recuperar suas economias. O petróleo, em alta, é um grande produtor de inflação nos países que guardem dependência do chamado “ouro negro”.

A resposta ao movimento de queda veio no mesmo instante. A Agência Internacional de Energia e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo anunciaram novas estimativas para a demanda de petróleo no próximo ano.

A AIE prevê agora um consumo maior para 2011, dada a maior demanda dos Estados Unidos e da China. A expectativa é que a demanda mundial de petróleo chegue a 88,8 milhões de barris por dia no próximo ano, ou seja, 260 mil barris a mais do que a previsão anterior. Resta saber por que países com crescimento menor fariam maior demanda de petróleo.

A Opep prevê um aumento de demanda menor que a AIE. Por isso seus membros decidiram que, em princípio, não aumentarão a produção de petróleo no ano de 2011.

A produção deverá ser mantida para garantir esses preços tão altos. Isso só faz sentido se a demanda for menor. Então, por que a AIE vê crescimento no consumo futuro?
Apesar de expormos este artigo, queremos deixar uma visão alternativa, que é a nossa e é algo diferente da defendida pelo professor. Na realidade, acreditamos que o preço do petróleo irá continuar a subir, pelo menos nos próximos tempos. Defendemos isso pelos seguintes factores:

  1. Estamos actualmente numa época de grande frio, o que implica uma subida sazonal da procura por gasóleo de aquecimento e outras matérias-primas energéticas;
  2. A OPEP está bastante confortável com estes níveis de preço, após alguns anos com uma pressão nos seus orçamentos induzida pelo baixo preço do petróleo. Diz-se que o preço necessário para equilibrar o orçamento de alguns países é perto de $80-85 por barril.
  3. O ministro do petróleo da Arábia Saudita terá dito num jantar recentemente que o intervalo para o petróleo razoável é entre $70-90 por barril, quando antes defendia até $80. A suportar esta tese está o facto deste país, o principal país da OPEP, não ter aumentado a sua produção nos últimos tempos.
  4. Os campos petrolíferos actuais estão com taxas de declínio superiores a 6%. Significa isto que todos os anos as grandes empresas têm de iniciar produção que cubra esta diferença. Contudo, como vemos todos os trimestres, as empresas não conseguem crescimento de produção de petróleo, antes pelo contrário.
  5. A China irá abrandar um pouco o seu ritmo de crescimento. Parece algo consensual. Contudo, não só acreditamos que taxas de crescimento de 8-9% continuam a ser bastante boas, como este país é um país cujo modelo de crescimento económico é intensivo em matérias-primas. Adicionalmente, outros países irão emergir, como sendo o Brasil e a Índia.
A nossa conclusão é que o preço do petróleo estará estruturalmente suportado e irá subir de forma consistente no tempo, pelo que é necessário encontrar alternativas e ser mais eficiência. Contudo, somos da opinião que o caminho não passa pelo disparate da energia eólica, pelo menos nos moldes que estamos a tomar (aliás, acha normal que nos outros países da Europa o preço da electricidade esteja a baixar, enquanto em Portugal sobe consistentemente? Será que somos um país que se pode dar ao luxo de subsidiar desta forma este tipo de energia? Temos de assumir que não somos ricos...)

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