sábado, 31 de julho de 2010

Prioridades Trocadas

Neste tópico, e no seguimento do tópico intitulado de Visão de Riqueza, expomos algo que consideramos ser um desalinhamento de prioridades:

Se repararmos, o ser humano de hoje, vem à terra não para ser feliz mas para ser perfeito. A forma como a sociedade está constituída e o desalinhamento completo de prioridades leva-nos a olhar a vida de uma forma muito redutora. Tudo na nossa vida tem a orientação da competição e perfeição. Se repararmos bem, os nossos filhos, pouco tempo depois de terem nascido, vão para uma escola e são sobrecarregados por actividades extracurriculares destinadas ao desenvolvimento das suas capacidades motoras e cognitivas. Vão evoluindo na escola e quer-se que sejam os melhores alunos, de modo a escolherem uma boa faculdade que lhes permitirá o acesso a um bom emprego.

Chegados à faculdade que tanto desejavam, a competição aumenta. Têm de ser os melhores alunos, têm que trabalhar mais e têm que dedicar mais tempo ao estudo. Multiplicam-se as formações extracurriculares: o estudo de línguas, algum estágio profissional, cursos de formação paralelos… tudo para conseguir o fortalecimento dos currículos e melhorar as suas possibilidades de contratação.

Depois de entrados na vida profissional e em especial em Portugal, os nossos recém-licenciados são obrigados a trabalhar um número excessivo de horas, com níveis remuneratórios desadequados. Porque será que é mal visto o cumprimento de horários neste país?
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Vêm depois as pós-graduações, os MBAs, semanas de trabalho de sessenta horas… tudo em nome de uma progressão na carreira, um melhor salário… e no final, uma vida cheia de trabalho e com pouco tempo para aquilo que realmente importa. A família, os amigos, o divertimento, alguma actividade cultural, etc. Em poucas palavras, estamos todos formatados para uma vida de perfeição, onde quem não é perfeito e eficiente é colocado de parte.
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Será que isto faz qualquer sentido?
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Acreditamos que não faz qualquer sentido. E acreditamos nisto pois somos conhecedores da realidade humana. Todos sabemos que o ser humano é um ser que procura sempre mais. Quando os nossos objectivos são atingidos, procuramos sempre outros. Quando obtemos aquilo que queremos normalmente vamos queres mais. É a chamada ambição, que é salutar, mas que tem de ser dirigida com alguma prudência.
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Naturalmente que não defendemos um caminho de perfeição e esforço pessoal. Isso seria contraditório com a nossa visão das coisas. Contudo, defendemos sim uma alteração da postura face à vida e ao trabalho. Acreditamos que o caminho passa por ser uma excepção a esta regra, pois sabemos que, a prazo, este não é o caminho correcto pois, em última análise, não existir equilíbrio entre a vida pessoal e profissional não acaba bem. É tempo de começarmos a pensar nisto e de procurarmos este equilíbrio.

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